quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Coreia do Norte, oficialmente República Democrática Popular da Coreia (hangul: 조선민주주의인민공화국; hanja: 朝鮮民主主義人民共和國; transl. Chosŏn Minjujuŭi Inmin Konghwaguk), é um país do Leste Asiático que ocupa a metade norte da Península da Coreia. Sua capital e maior cidade é Pyongyang. A Zona Desmilitarizada da Coreia serve como uma área de divisão entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte. O Rio Amnok e o Rio Tumen formam a fronteira entre a Coreia do Norte e a República Popular da China. Uma seção do Rio Tumen no extremo nordeste é fronteira com a Rússia.

A península foi governada pelo Império Coreano até ser anexada pelo Japão, após a Guerra Russo-Japonesa de 1905. Ela foi dividida entre zonas de ocupação norte-americana e soviéticas em 1945, após o final da Segunda Guerra Mundial. A Coreia do Norte recusou-se a participar da eleição supervisionada pelas Nações Unidas, feita em 1948, que levava à criação de dois governos coreanos separados para as duas zonas de ocupação. Ambos Coreia do Norte e Sul reivindicavam soberania sobre a península inteira, o que levou-os à Guerra da Coreia de 1950. Um armistício de 1953 terminou o conflito; no entanto, os dois países continuam oficialmente em guerra entre si, visto que um tratado de paz nunca foi assinado.[8] Ambos os Estados foram aceitos nas Nações Unidas em 1991.[9] Em 26 de maio de 2009, a Coreia do Norte unilateralmente removeu o armistício.[10][11]

A Coreia do Norte é um Estado unipartidário sob uma frente liderada pelo Partido dos Trabalhadores da Coreia.[12][13][14][15][16][17][18] O governo do país se autodeclara como seguidor da ideologia juche, desenvolvida por Kim Il-sung, ex-líder do país. Juche tornou-se a ideologia oficial do Estado quando o país adotou uma nova constituição em 1972,[19] apesar de que Kim Il-sung esteve governando seu país sob uma política similar desde, pelo menos, o início de 1955.[20] A Coreia do Norte é oficialmente uma república socialista, considerada por muitos no mundo todo como sendo uma ditadura totalitarista stalinista.[16][17][21][22][23] O líder atual é Kim Jong-il, filho do presidente eterno Kim Il-sung.

Como consequência da ocupação japonesa da península coreana, com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial em 1945, a Coreia foi divida na altura do paralelo 38 N, em conformidade com a arrumação feita pelas Nações Unidas, a ser administrada pela União Soviética ao norte e pelos Estados Unidos ao sul. A história da Coreia do Norte formalmente começa com o estabelecimento da República Popular Democrática em 1948.

Divisão da Coreia

Em agosto de 1945, o exército soviético estabeleceu uma Autoridade Civil Soviética para governar o país até um regime nacional aliado à URSS, ser estebelecido. Após a partida das forças soviéticas em 1948, a agenda principal nos anos seguintes seria a unificação da Coreia de ambos os lados, até que então a consolidação do regime de Syngman Rhee no Sul, com o apoio das forças armadas norte-americanas e a supressão à insurreição em outubro de 1948 cessou as esperanças de que o país pudesse se reunificar por uma revolução comunista no Sul. Em 1949, uma intervenção militar na Coreia do Sul foi feita pelo regime do Norte, porém faliu à tentativa de receber apoio da União Soviética, que havia desempenhado um papel fundamental no estabelecimento do país.[24] A partida das tropas norte-americanas do Sul, em junho, dramaticamente enfraqueceu o regime do Sul e incentivou Kim Il-sung, então presidente, a repensar sobre um plano de invasão contra o Sul.[24] A ideia em si foi, primeiramente, rejeitada por Joseph Stalin porém com o desenvolvimento das armas nucleares soviéticas, a vitória de Mao Tse-tung na China e a indicação chinesa de que enviaria tropas e ajuda à Coreia do Norte, Stalin aprovou uma invasão, o que foi o estopim da chamada Guerra da Coreia.[25]

Guerra da Coreia


Monumento na Coreia do Norte relembrando a Guerra da Coreia, em Pyongyang.

A Guerra da Coreia foi um conflito militar ocorrido entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul com as maiores hostilidades tendo início em 25 de junho de 1950, sendo interrompida por um armistício assinado em 27 de julho de 1953. O conflito surgiu na tentativa dos dois governos coreanos de reunificar a Coreia sob seus respectivos governos, o que conduziu-os à uma guerra de grande escala com uma margem de mais de 2 milhões de civis e soldados de ambos os lados. O período imediatamente anterior à guerra foi marcado por conflitos de escalas menores no paralelo 38º N e tentativas de negociar eleições para a Coreia inteira, como um todo.[26] Estas negociações terminaram quando as forças armadas norte-coreanas invandiram o Sul em 25 de junho de 1950. Sob a égide das Nações Unidas, as nações aliadas a ela intervieram em nome da Coreia do Sul. Após rápidos avanços em um contra-ataque sul-coreano, as forças chinesas, aliadas ao Norte, intervieram em nome da Coreia do Norte, deslocando o equilíbrio da guerra e finalmente ocasionando um armistício que aproximadamente, restaurou as fronteiras originais entre as Coreias do Norte e do Sul.

Enquanto alguns têm se referido à guerra como uma guerra civil, muitos outros fatores estavam em jogo.[27] A Guerra da Coreia foi também o primeiro confronto armado da Guerra Fria e estabeleceu um padrão para muitos conflitos posteriores. Criou-se a ideia de uma guerra proxy, onde as duas superpotências estariam lutando em outro país, forçando a população da nação a sofrer a maior parte das destruições e mortes envolvidas em uma guerra entre essas grandes nações. As superpotências estariam evitando descender em uma guerra no exterior entre si, bem como ao uso mútuo de armas nucleares. O conflito coreano também expandiu a Guerra Fria, que até àquele momento, estivera mais procupada com a Europa. Uma zona desmilitarizada fortemente guardada no paralelo 38 N (Zona Desmilitarizada da Coreia) continua a dividir a pensínsula hoje com o sentimento anticomunista e anti-Coreia do Norte ainda em vigor na Coreia do Sul.

Desde o cessar-fogo da Guerra da Coreia em 1953 as relações entre o governo norte-coreano e o sul-coreano, União Europeia, Canadá, Estados Unidos, e Japão mantiveram-se tensas. A luta fora interrompida no cessar-fogo, porém ambas as Coreias ainda estão, tecnicamente, em guerra. Tanto Coreia do Norte, quanto Coreia do Sul assinaram a Declaração Conjunta Norte-Sul de 15 de junho em 2000, na qual ambos os lados fizeram promessas de procurar uma reunificação pacífica.[28] Além disso, em 4 de outubro de 2007, os líderes da Coreia do Norte e do Sul prometeram manter diálogos para oficialmente declarar o fim da guerra e reafirmaram o princípio de não-agressão mútua.[29]

Século XX

As Coreias do Norte e Sul nunca assinaram um tratado formal de paz e portanto, ainda estão oficialmente em guerra; apenas um cessar-fogo declarado.[30] O governo sul-coreano passou a ser dominado por sua força militar e uma paz relativa foi pontuada por alguns conflitos na fronteira e tentativas de assassinato. Os norte-coreanos faliram em várias tentativas de assassinato de líderes da Coreia do Sul, mais notavelmente em 1968, 1974 e 1983; túneis foram frequentemente descobertos sob a zona desmilitarizada e a guerra quase irrompeu sobre o incidente Axe Murder em Panmunjeom, 1976.[31] Em 1973, de modo extremamente secreto, contatos de alto nível começaram a ser conduzidos através dos escritórios da Cruz Vermelha, porém terminaram após o acidente de Panmunjeom com pouco progresso tendo sido feito e a ideia que as duas Coreias adeririam a organizações nacionais separadamente.[32]

No final da década de 1990, com o Sul tendo transitado para a democracia, o sucesso da política Nordpolitik, e o poder do Norte tendo sido retomado pelo filho de Kim Il-sung, Kim Jong-il, as duas nações começaram a se aproximar publicamente pela primeira vez, com a Coreia do Sul declarando sua Política Sunshine.[33][34]

Século XXI

Em 2002, o presidente norte-americano George W. Bush marcou a Coreia do Norte como parte de um "eixo do mal" e um "posto avançado da tirania". O contato de mais alto nível que o governo teve com os Estados Unidos foi em 2000, com a então Secretária de Estado norte-americana Madeleine Albright, que fez uma visita a Pyongyang,[35] porém os dois paises não têm relações diplomáticas formais.[4] Em 2006, aproximadamente 37.000 soldados estadunidenses permaneceram na Coreia do Sul, embora, em junho de 2009, este número caiu para cerca de 30.000.[36][37] Kim Jong-il, em particular, declarou aceitar a permanência das tropas norte-americanas na península, mesmo após uma possível reunificação.[38] Publicamente, a Coreia do Norte exige fortemente a retirada das tropas da Coreia.[38]

Em 13 de junho de 2009, a agência de notícias norte-americana Associated Press reportou que em resposta às novas sanções das Nações Unidas, a Coreia do Norte declarou que iria avançar com seu programa de enriquecimento de urânio. Isto marcou a primeira vez que a RDPC publicamente reconheceu que estava conduzindo um programa de enriquecimento de urânio.[39] Em agosto de 2009, o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton encontrou-se com Kim Jong-il para garantir a libertação de duas jornalistas norte-americanas.[40]

Em junho de 2010, a 12ª sessão da Suprema Assembléia Popular elegeu Choe Yong Rim para substituir Kim Jong Il no cargo de primeiro-ministro.[41]

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